Trump cita Bolsonaro e Milei em discurso no CPAC 2025

Durante seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) deste sábado, 22, o presidente Donald Trump cumprimentou líderes internacionais alinhados ideologicamente, como o presidente da Argentina, Javier Milei, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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No começo de sua fala, Trump chamou atenção para a presença de figuras internacionais no evento e pediu que se levantassem para serem reconhecidos. “Nosso amigo da Argentina está aqui”, disse Trump, em referência a Milei. “Ouço dizer que você está indo fantasticamente, estamos muito orgulhosos de você”, parabenizou.

Em seguida, Trump voltou-se para Eduardo Bolsonaro, presente como representante do movimento de direita brasileiro. “Um amigo meu, Eduardo Bolsonaro, da Câmara dos Deputados do Brasil”, citou. “Diga olá ao seu pai, ótima família.”

Além de Milei e Bolsonaro, Trump saudou outros líderes presentes, como o presidente da Polônia, Andrzej Duda. “84% dos poloneses votaram em você, você deve estar fazendo algo certo”, disse. O premiê da Eslováquia, Robert Fico, e o britânico Nigel Farage, do partido Reform UK, também foram mencionados.


No âmbito internacional, o presidente prometeu mediar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia – “uma coisa horrível de se ver” – e lamentou o ataque de 7 de outubro contra Israel, que, segundo ele, “nunca teria acontecido” sob seu comando. “Quero que meu maior legado seja como um pacificador, não um conquistador.”

A libertação da América por Trump

O discurso se baseou na celebração do que Trump chamou de “a grande libertação da América”, o que considerou como uma vitória esmagadora contra as forças que, segundo ele, destruíram os Estados Unidos.

“Ninguém jamais viu algo assim antes”, afirmou o presidente, que enfatizou que seu partido alcançou 85% dos condados e pintou um “mapa todo vermelho”. “Ganhamos o voto popular por milhões e milhões de votos, varremos todos os sete Estados-pêndulo por grandes margens.”

Trump não poupou críticas à administração anterior de Joe Biden, a quem chamou de “o pior presidente da história do país” e o acusou de ter permitido uma invasão na fronteira com o México e de ter dilapidado a economia com inflação e políticas ambientais.

“Nós tomamos o poder deles, tomamos a confiança deles – eles perderam a confiança, oh, é tão bom ver isso”, disse, em um tom de satisfação.

Políticas e promessas

No primeiro mês de seu novo mandato, Trump detalhou uma série de ações já implementadas. Na questão migratória, ele destacou um decreto para encerrar a cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais. “Não era para essas crianças”, argumentou, pois a medida era originalmente destinada aos filhos de escravos depois da Guerra Civil.

O presidente também anunciou a “maior operação de deportação da história norte-americana” e a designação de cartéis e gangues como o MS-13 e Tren de Aragua como organizações terroristas estrangeiras.

“Estamos libertando comunidades como Aurora, Colorado, e Springfield, Ohio, que foram ocupadas por criminosos ilegais de todo o mundo”, declarou, ao prometer usar até mesmo a base de Guantánamo para deter imigrantes criminosos.

Donald Trump discursa durante evento com líderes cristãos | Foto: Casa Branca/Divulgação
Donald Trump discursa durante evento com líderes cristãos | Foto: Casa Branca/Divulgação

No âmbito social, Trump celebrou a eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em todo o governo federal, ao afirmar que notificou “todos os oficiais de DEI do governo que seus empregos foram deletados”.

Ele também reiterou políticas de gênero conservadoras. “Tornamos política oficial do governo dos EUA que existem apenas dois gêneros: masculino e feminino”, além de proibir homens de competir em esportes femininos e banir bloqueadores de puberdade e cirurgias de transição em jovens.

“Você imagina fazer um discurso desses há dez anos? As pessoas diriam: ‘Do que diabos ele está falando?’”, brincou, ao criticar o que chama de “insanidade transgênero”.

A economia sob Trump

Na economia, Trump anunciou medidas para “salvar os EUA do naufrágio da inflação” deixado por Biden, como a retirada do Acordo de Paris, o fim do “golpe verde” e a imposição de tarifas sobre bens chineses (10%), aço e alumínio estrangeiros (25%) e tarifas recíprocas contra países que taxam produtos norte-americanos.

“Tarifa é minha quarta palavra favorita no dicionário”, disse, ao lembrar de uma polêmica anterior com a imprensa, que o criticou por priorizá-la acima de “Deus”, “família” e “amor”.

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Ele defendeu as tarifas como uma ferramenta de riqueza e recordou o período de 1870 a 1913, quando os EUA, segundo ele, eram “os mais ricos relativamente” por causa da arrecadação tarifária.

Ao final de sua fala, Trump citou o herói naval John Paul Jones – “Eu ainda não comecei a lutar” – para continuar o trabalho dos próximos quatro anos. “Juntos, vamos ficar firmes, trabalhar duro, lutar, lutar, lutar e vencer, vencer, vencer”, prometeu.

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