O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou, nesta sexta-feira, 28, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República.
Gleisi vai ocupar o cargo deixado por Alexandre Padilha. Ele foi indicado para o Ministério da Saúde, cuja titular, Nísia Trindade, foi demitida por Lula. A posse de Gleisi está prevista para 10 de março, depois do Carnaval.
Antes de o convite ser realizado, Lula consultou aliados sobre a possível indicação da petista, já que a pasta é responsável pela articulação política do governo. Entretanto, os partidários do presidente não aprovaram a indicação, hoje confirmada.
Em janeiro, Lula ofereceu a Gleisi outro cargo no governo, a Secretaria-Geral da Presidência. Atualmente, a função está sob comando de Márcio Macêdo. A pasta é responsável pelo relacionamento com os movimentos sociais.
O questionamento de Lula aos aliados foi interpretado como um teste de aceitação dos planos antes de nomear a deputada. Gleisi é considerada uma das parlamentares mais controversas do Congresso Nacional. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, era o nome favorito do PT para a vaga.
Políticos do centrão estavam de olho no cargo. Os preferidos do grupo eram os deputados federais Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendia o nome Bulhões para a SRI.
Gleisi Hoffman tem perfil mais combativo que conciliador
Gleisi, ex-ministra da Casa Civil, tem perfil mais combativo do que conciliador. No comando do PT desde 2017, acumulou desavenças e embates políticos. Seus aliados destacam sua habilidade de articulação na eleição de Lula em 2022.
A ideia de entregar a SRI ao centrão perdeu força, pois o Planalto acredita nem isso fará com que Lula garanta apoio desse grupo para 2026. O governo prefere manter o ministério sob seu controle.
Agora nomeada, Gleisi fortalecerá sua influência no Planalto. Atualmente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, lideram as decisões estratégicas. A deputada poderia contrapor-se a ambos em questões-chave.
Gleisi também acumulou divergências com o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Desde 2023, ela tenta alinhar mais o governo à esquerda. Como ministra, a petista teria que moderar seu tom. Para assumir o cargo, precisaria deixar a presidência do Partido dos Trabalhadores antes de junho.
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