Bolsonaro fala pela 1ª vez depois de o STF agendar seu julgamento

Em publicação na rede social X nesta quinta-feira, 13, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que é vítima de “lawfare”, o uso do sistema judicial para fins políticos, com o objetivo de neutralizá-lo antes das eleições de 2026. O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou o julgamento do militar da reserva para o dia 25 de março, uma terça-feira.

“Essas ações não têm a ver com justiça ou com a prevenção de risco de fuga”, disse, por meio de sua defesa. “Elas têm a ver com medo: medo da popularidade de Bolsonaro, que lidera as pesquisas para as eleições de 2026; medo de seu amplo apoio entre brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país; e medo do que ele representa.”

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Segundo ele, sua conduta nos últimos meses prova que não há razão para se falar em risco de fuga. “Bolsonaro cumpriu todas as ordens judiciais desde que seu passaporte foi confiscado há quase um ano”, argumenta.

“Ele compareceu à posse do Presidente Javier Milei na Argentina em dezembro de 2023 com permissão de Alexandre de Moraes e retornou ao Brasil como prometido, provando mais uma vez que não representa risco de fuga”, disse.

Presidente da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro
Presidente da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro | Foto: Eduardo Valente/PL

Da mesma forma, ele também criticou a decisão de Moraes de negar seu pedido para comparecer à posse de Donald Trump nos Estados Unidos. O ex-mandatário classificou a decisão como “uma grave decepção” para ele, seus apoiadores e para as relações diplomáticas entre Brasil e EUA.

Bolsonaro argumentou que a negativa enfraquece a posição internacional do Brasil. “O convite do Presidente Trump a Bolsonaro simboliza os profundos laços entre duas das maiores democracias das Américas”, disse.

“A decisão de impedir Bolsonaro de participar deste evento tão importante diminui a posição do Brasil no cenário global e envia uma mensagem preocupante sobre o estado da democracia e da Justiça em nosso país”, declarou.

O ex-presidente sustentou que a decisão de Moraes representa “uma oportunidade perdida de fortalecer a relação entre os EUA e o Brasil em um momento crítico” e ressaltou que Trump, ao convidá-lo, “enfatizou a unidade global contra o ‘lawfare’ e governos instrumentalizados para atacar opositores políticos”.

“Eu superarei o ativismo judicial”, diz Bolsonaro

Bolsonaro também comparou sua situação com a de Trump, que enfrentou processos judiciais nos EUA. “O governo Lula claramente aprendeu com os erros nos EUA, onde o sistema de Justiça foi instrumentalizado para ganhos políticos”, compara Bolsonaro, que garantiu: “Ele superou esse ativismo judicial. Eu também superarei.”

Para o ex-presidente, sua luta não é apenas uma questão pessoal ou partidária, mas uma questão democrática que afeta todos os brasileiros. “Isso não é sobre um homem ou uma decisão; não é sobre direita ou esquerda, é sobre o futuro da democracia no Brasil”, bradou.


“Se o sistema de Justiça pode tirar os direitos de um ex-presidente que representa milhões de brasileiros, ele pode fazer o mesmo com qualquer um”, alertou. Ao final de sua declaração, Bolsonaro afirmou que continuará sua batalha política. “A luta pela democracia, liberdade e pelo direito do povo brasileiro de escolher seus líderes continuará. ‘Lawfare‘ não prevalecerá”.

Bolsonaro será julgado pela 1ª Turma do STF, formada por quatro ministros indicados pelo Partido dos Trabalhadores — Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia — e Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga o suposto golpe de Estado.

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