Rui Pimenta, presidente do PCO: ‘Condenação de Bolsonaro não tem nada a ver com a democracia, e sim com 2026’

O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Pimenta, declarou que uma possível condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro não tem “nada a ver com a democracia”, e sim com as eleições de 2026.

Para o líder do partido, que é assumidamente da vertente revolucionária da esquerda, o espectro político tem desempenhado o seu pior papel desde os tempos do regime militar.

Pimenta acredita que a movimentação contra Bolsonaro faz parte de um plano para reduzir as chances do ex-presidente, despencar a popularidade do governo Lula e, assim, emplacar um candidato de “terceira via”.

“Se esse plano [de condenação] der certo, será a pior coisa que já aconteceu no Brasil”, escreveu o presidente do PCO. “Será um governo FHC 2.0, e aí veremos a destruição do país — não da democracia, mas do próprio país.”

Na visão do líder do PCO, a esquerda está “atirando no que viu e vai acertar no que não viu”. Ao longo das últimas semanas, a sigla defendeu a anistia aos presos do 8 de janeiro e criticou as penas aplicadas por Alexandre de Moraes.

“Ser de direita não impede Bolsonaro de ser perseguido”, diz Rui Pimenta

Bolsonaro durante a manifestação a favor da anistia em Copacabana | | Foto: Igor Villas Bôas/Revista Oeste

Ainda que tenha sido um dos primeiros a se posicionar contra Bolsonaro durante a campanha de 2018, Rui Pimenta rejeita a ideia de que o ex-presidente não possa ser alvo de perseguição política.

“Eu não acho que Bolsonaro seja nenhum anjo”, acrescentou, em outra publicação. “A palavra de ordem ‘Fora Bolsonaro’ foi levantada pela primeira vez pelo PCO entre o primeiro e o segundo turno de 2018, e, naquele momento, ninguém queria defendê-la. O fato de Bolsonaro ser de ‘extrema-direita’ impede que ele seja perseguido? Eu não vejo assim.”

Pimenta compara a situação ao discurso das potências internacionais, que costumam justificar intervenções políticas e militares sob o argumento da defesa da democracia.

“As forças mais poderosas do mundo, que perseguem adversários em toda parte, falam sempre em nome da democracia. Por exemplo, a invasão do Iraque foi feita em nome da democracia”, disse.

O líder do PCO também teceu críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, apontando sua ligação com setores que classificou como “direita tradicional”. Ele ainda acredita que o ministro é “pior do que Bolsonaro”.

“Alexandre de Moraes é do PSDB”, acrescentou Pimenta. “Foi um dos golpistas de 2016 que derrubaram Dilma. Ele fez parte do governo golpista de Michel Temer como ministro da Justiça. É um repressor, um direitista, um golpista. Esse cara, na minha opinião, é pior do que o Bolsonaro.”

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