Bolsonaro, sobre possibilidade de prisão: ‘Fim da minha vida’

O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe. Durante uma entrevista à Folha de S.Paulo, ele admitiu ter discutido, em 2022, a adoção de medidas como estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal, mas afirmou que essas ideias foram prontamente rejeitadas.

Essas medidas estão previstas na Constituição para garantir a ordem pública em momentos de grave instabilidade.

Bolsonaro também mencionou o artigo 142 da Constituição, que seus apoiadores interpretam como autorizando as Forças Armadas a atuar como poder moderador, interpretação já invalidada pelo STF.

O ex-presidente da República enfrenta acusações de cinco crimes, cujas penas podem ultrapassar 40 anos. Interpelado sobre o impacto de uma possível prisão em sua carreira política, ele declarou: “É o fim da minha vida. Eu já estou com 70 anos”.

Bolsonaro fala sobre a delação de Cid

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, durante depoimento na CPMI do 8 de Janeiro | Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Durante a entrevista na sede do PL, ele também abordou a delação de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.

A Procuradoria-Geral da República solicitou o arquivamento da investigação sobre fraude no cartão de vacina, que Cid alegou ter sido pedido por Bolsonaro. O ex-presidente negou.

“Eu jamais faria um pedido desse para alguém, me desmoralizaria politicamente, porque sempre fui contra a vacina, que até hoje é experimento”.

Bolsonaro comparou o pedido de arquivamento ao contexto da Lava Jato, afirmando que, se estivesse naquele contexto, tudo já teria sido anulado.

Ele indagou a investigação sobre o cartão de vacina, sugerindo que ela pode sinalizar outros processos, como o das joias, e interpelou a razão de investigar o cartão de vacina enquanto surgem outras questões.

Ele afirmou que discutir possibilidades com militares não configura tentativa de golpe de Estado, ressaltando que golpes requerem planejamento e não são resolvidos em poucos meses. Bolsonaro negou ter pedido apoio para um golpe e refutou a ideia de ter cogitado algo nesse sentido.

Resultados das eleições de 2022

O ex-presidente também comentou sobre a possibilidade de arrependimento por não ter reconhecido o resultado das urnas de 2022 de maneira definitiva. Ele declarou que não se arrepende, pois sempre manteve seus questionamentos.

“Não me arrependo”, disse. “Eu tinha meus questionamentos. Todo candidato faz isso quando ele vislumbra qualquer possibilidade. E eu jamais passaria faixa para ele [Lula] também, mesmo que tivesse dúvidas de nada.”

Quanto a uma eventual prisão, Bolsonaro afirmou que seria completamente injusta e desafiou a existência de provas de um suposto golpe, argumentando que tudo não passou de discussões sobre dispositivos constitucionais.

Por fim, Bolsonaro descartou a ideia de pedir asilo político e reafirmou seu desejo pelo bem do Brasil.

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