Deputada e líder da direita na França, Marine Le Pen está na mira do Poder Judiciário do país europeu. Ela pode ser impedida de participar da próxima disputa pela Presidência francesa caso seja considerada culpada de desvio de fundos. O julgamento está programado para ocorrer nesta segunda-feira, 31.
Le Pen classificou o julgamento como sua “morte política”. Ela e outros 24 oficiais do partido Reagrupamento Nacional, de direita, são acusados de terem usado dinheiro destinado a auxiliares do Parlamento Europeu, cerca de R$ 27 milhões, para, em vez disso, pagar funcionários da legenda, o que violaria as regras do bloco. Conforme a denúncia, isso teria ocorrido de 2004 a 2016.
Entre as punições previstas em caso de condenação, ela pode ser proibida de concorrer a cargos públicos por cinco anos. Se a líder da direita francesa recorrer, será automaticamente concedido novo julgamento, mas provavelmente será realizado em 2026, apenas meses antes da eleição prevista para 2027.
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Alguns políticos influentes do país expressaram o temor de que tal impedimento possa prejudicar a democracia francesa ao alimentar a suspeita de que a decisão é tendenciosa contra as crescentes forças da direita.
“Madame Le Pen deve ser combatida nas urnas”, escreveu Gérald Darmanin, ex-ministro do Interior de centro-direita, no X, em novembro; ele agora é o ministro da Justiça. “E não em outro lugar.”
Força de Marine Le Pen na França

Marine Le Pen é a atual liderança máxima do Reagrupamento Nacional. Hoje, é a maior legenda individual na Assembleia Nacional da França, com 123 cadeiras.
Hoje deputada, Le Pen já se posicionou como candidata para suceder o atual presidente francês, Emmanuel Macron. Ela foi derrotada por ele duas vezes no segundo turno. Em 2022, Macron venceu o pleito com 58,5% dos votos contra 41,5% de Le Pen.
A inelegibilidade “teria o efeito de me privar de ser uma candidata presidencial”, alegou Le Pen. “Por trás disso, há 11 milhões de pessoas que votaram no movimento que represento”, prosseguiu. “Então, amanhã, potencialmente, milhões e milhões de franceses se verão privados de seu candidato na eleição.”
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado e de agências internacionais de notícias
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