O advogado Hélio Júnior, responsável pela defesa de Débora dos Santos, de 39 anos, afirmou que a cliente não é criminosa, mas “uma presa política”. Ele deu a declaração durante entrevista ao Jornal da Oeste, nesta segunda-feira, 31. A cabeleireira de Paulínia (SP) foi presa em 2023 por participação nos atos de 8 de janeiro.
“A expectativa é que ela seja absolvida e não pague multa nenhuma”, afirmou Júnior. “A Débora não é criminosa, não merece pagar multa, isso é uma prisão política.”
Débora ficou conhecida por escrever, com batom, a frase “Perdeu, mané”, a Estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte condenou a cabeleireira a 15 anos de cadeia, além de uma multa de R$ 50 mil e uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
Na última sexta-feira, 28, o ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar para Débora. A decisão ocorreu depois de parecer favorável à soltura da cabeleireira pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa da mulher afirmou que a ação foi bem recebida pela família.
“Ela recebeu a notícia com extrema alegria, foi uma emoção muito grande”, disse Júnior. “Ela chorou bastante. Depois de dois anos, de um tardio reconhecimento desta grande injustiça, ela pode ir para casa. Descrever o que ela sentiu seria até menosprezar. Ela está feliz em reencontrar as crianças. Débora ficou dois anos longe dos filhos, longe do marido. É claro que ela recebia visitas, mas nada se compara com os cuidados diários de uma mãe para com as crianças.”
Defesa de Débora pede revisão de condenação
Júnior ainda afirmou que vai entrar com um pedido de revisão da condenação de Débora. A medida deve ser enviada ao ministro Luiz Fux, do STF. A defesa da cabeleireira espera a absolvição da mulher. Ele também afirmou que as restrições da prisão domiciliar são severas.
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“A gente espera de fato é que a justiça seja feita e isso só pode acontecer quando a Débora for absolvida e livre definitivamente”, defendeu Júnior. “Débora está em uma prisão domiciliar, ela não pode sair para ir a uma padaria, a um supermercado. Não pode ir na escola dos filhos nem no hospital se passar mal, tudo dependeria de uma autorização prévia de Moraes. Antes em casa que na prisão, mas entendemos que as medidas sobre a Debora foram rigorosas demais, nenhum outro réu do 8 de janeiro recebeu uma prisão domiciliar com restrições tão severas quanto a da Débora.”
Confira a entrevista completa de Hélio Júnior, advogado de Débora dos Santos, ao Jornal da Oeste, no canal da Revista Oeste no YouTube. O programa é transmitido ao vivo, de segunda-feira a sexta-feira, a partir das 16h.
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