A SpaceX, empresa aeroespacial fundada pelo empresário Elon Musk, lançou uma inédita viagem pela órbita polar da Terra nesta segunda-feira, 31. Batizada de Fram2, a viagem conta com uma tripulação formada por quatro astronautas, que devem permanecer entre três e cinco dias no espaço.
Ao contrário do que é habitual nos lançamentos espaciais norte-americanos, que seguem em direção ao leste ou nordeste, a missão Fram2 seguiu para o sul, onde sobrevoou áreas como a Flórida e Cuba. Por questões de segurança, essa rota é evitada em lançamentos tripulados, por causa do risco de falhas catastróficas sobre áreas povoadas.
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A bordo estão o empresário de criptomoedas Chun Wang, cidadão maltês nascido na China, que financiou a missão; a cineasta norueguesa Jannicke Mikkelsen; a engenheira elétrica e cientista polar alemã Rabea Rogges; e o explorador polar australiano Eric Philips.
A missão recebeu o nome Fram2 em homenagem ao navio norueguês Fram, usado pelo explorador polar Roald Amundsen em sua jornada histórica rumo ao Polo Sul, entre 1910 e 1912. Assim como o navio original, a cápsula Dragon percorrerá uma rota voltada às regiões polares, diferente das órbitas equatoriais tradicionalmente usadas por missões tripuladas.
Liftoff of Fram2 and the @framonauts! pic.twitter.com/XBL5juCnHQ
— SpaceX (@SpaceX) April 1, 2025
SpaceX realiza experimentos científicos
A escolha da órbita polar permite que a espaçonave sobrevoe todas as regiões do planeta, característica útil para observação da Terra e coleta de dados climáticos. Essa configuração, comum em satélites de monitoramento ambiental, nunca havia sido utilizada por missões com tripulação.
O grupo realizará 22 experimentos científicos durante o voo, entre eles o monitoramento dos níveis de radiação no interior da cápsula e a exposição individual de cada astronauta. Outro destaque da missão é o estudo conduzido pela empresa FOODiQ Global, que busca cultivar cogumelos-ostra durante o voo.
A CEO da empresa, Dra. Flávia Fayet-Moore, explica que os cogumelos são ideais para missões espaciais de longa duração, por serem resistentes, de rápido crescimento e capazes de produzir vitamina D quando expostos à luz ultravioleta — nutriente importante no combate à perda óssea enfrentada por astronautas.
De acordo com Kevin Lewis, astrofísico e professor da Universidade Johns Hopkins, os astronautas devem receber uma dose maior de radiação ionizante ao sobrevoar os polos. “A taxa de exposição será algumas vezes maior, mas, em uma missão curta, não deve ser uma preocupação — exceto em caso de erupções solares intensas”, explicou.
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