Google lança processador próprio e aposta em integração entre agentes de IA

O Google LLC apresentou nesta semana uma série de atualizações para a sua plataforma de nuvem com foco em inteligência artificial. A empresa anunciou o pacote durante o evento Cloud Next ‘25, realizado em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Entre as novidades estão um novo chip de inferência e um sistema de comunicação entre agentes de Inteligência Artificial (IA).

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O novo processador, batizado de Ironwood, marca a estreia da empresa no desenvolvimento de unidades voltadas exclusivamente à execução de modelos já treinados.

Nesse sentido, o objetivo é acelerar tarefas do cotidiano e reduzir a dependência de chips de fornecedores externos. A expectativa é que o equipamento esteja disponível ainda em 2025.

Processador inaugura nova fase da Inteligência Artificial

Desenvolvido pelo Google Cloud, o Ironwood integra a família de TPUs, isto é, unidades de processamento tensorial. O foco é atender à crescente demanda de empresas por soluções que utilizem IA de forma prática. Hoje, companhias como Nvidia dominam esse segmento no mercado.

Thomas Kurian, CEO do Google Cloud, conduziu a apresentação. Ele destacou que os clientes não precisam adquirir os chips, mas podem utilizar seu poder de processamento pela infraestrutura da empresa. Amin Vahdat, vice-presidente do setor, afirma que o novo componente inaugura a “era da inferência”.

Na prática, a prioridade da tecnologia passa a ser o que a IA faz com os dados, e não mais a fase de treinamento.

Lançamento do processador ocorre diante da tensão entre os EUA e a China

O anúncio ocorre em um cenário de tensão entre os Estados Unidos e a China. O embate tarifário lançado pelo presidente Donald Trump afeta diretamente cadeias produtivas que envolvem peças fabricadas na Ásia.

Apesar de o Ironwood ser projetado em território norte-americano, a produção de seus componentes envolve nações como Taiwan e China. Interpelado sobre o impacto das novas tarifas, Vahdat disse que o Google acompanha os desdobramentos de perto. A empresa estuda os riscos de forma contínua, segundo ele.

Além do chip, o Google lançou o Agent2Agent (A2A), um sistema que permite que diferentes agentes de IA troquem dados e colaborem. A proposta é facilitar a integração de sistemas jurídicos, financeiros e administrativos que utilizam Inteligência Artificial. De acordo com a companhia, mais de mil casos de uso já estão em teste.

O novo recurso reúne 50 parceiros estratégicos, incluindo Accenture, Deloitte, SAP e Oracle. O foco está na criação de ambientes corporativos com múltiplos agentes cooperando entre si. A plataforma também prevê a interoperabilidade entre ferramentas de empresas distintas.

O Google descreve a estrutura como um suporte desde a origem à colaboração aberta entre plataformas. Isso deve facilitar o desenvolvimento de tarefas complexas em rede. O modelo se alinha à tendência global de sistemas autônomos atuando em blocos.

Google quer consolidar posição entre concorrentes com o novo processador

A tecnologia de agentes passou a ganhar força há cerca de um ano e meio. Soluções como o Copilot, da Microsoft, e o ChatGPT, da OpenAI, ajudaram a moldar o cenário. O Google agora busca consolidar sua posição entre as empresas que lideram o avanço da IA corporativa.

Durante o evento, a empresa também anunciou uma versão do modelo Gemini para ambientes privados. A proposta atende companhias com exigências rigorosas de segurança ou controle interno de dados. O sistema pode operar fora da nuvem pública da empresa.

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Além disso, outro lançamento apresentado foi o Vertex AI Media Studio. A plataforma reúne ferramentas de geração de imagem, áudio, vídeo e música com integração direta à infraestrutura de nuvem do Google. A novidade é vista como uma resposta ao Sora, da OpenAI.

Em fase de testes restritos, o serviço está disponível para criadores e empresas parceiras. A liberação para o público será gradual, segundo a companhia. O objetivo é expandir as funcionalidades nos próximos meses, com foco em produção de conteúdo automatizado.

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