Até então secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial, Márcia Lima anunciou sua demissão da pasta, nesta terça-feira, 8. Ela manifestou insatisfação com a divulgação das ações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Márcia considera a comunicação do ministério “a melhor de toda a Esplanada”. Entretanto, critica a forma como a gestão divulga suas realizações, especialmente na área de Igualdade Racial.
Para ela, o governo não aproveita adequadamente as realizações de seus órgãos e deveria integrar mais as iniciativas. Agora, a ex-secretária busca maior autonomia ao assumir a Diretoria de Estudos e Políticas Sociais no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ela afirmou que o problema não é a comunicação do ministério, mas a comunicação do governo sobre a pasta da Igualdade Racial e sobre outras pastas. Além disso, para Márcia, parte da culpa é da imprensa.
“A imprensa também dá destaque a coisas que, na verdade, não são as coisas mais interessantes que a gente faz”, disse. “Muito destaque na figura da ministra e pouco no trabalho do ministério.”
Outras críticas ao governo Lula

Ela argumentou que o modelo atual de comunicação se opõe ao slogan “União e Reconstrução”, do terceiro mandato de Lula, de modo a prejudicar a eficácia das ações governamentais. Para ela, o destaque da divulgação deveria ter direção do governo conforme o público-alvo, não apenas pelos ministérios responsáveis.
Como exemplo, Márcia citou a divulgação do programa Juventude Negra Viva, que visa a reduzir a vulnerabilidade e mortalidade de jovens negros. O programa, coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência, envolve 18 ministérios, com 11 eixos de atuação e 217 ações articuladas. O orçamento é de R$ 660 milhões.
No lançamento da iniciativa, em março de 2024, Lula destacou que a divulgação das ações era uma responsabilidade compartilhada por todos os ministros. Assim, instou cada um a integrar o programa em seus discursos. No entanto, Márcia observou que houve pouca divulgação das iniciativas pelos ministérios.
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Outro ponto de críticas é a grande quantidade de ministérios — atualmente são 38. Para ela, isso complica a comunicação e a articulação entre eles e com o presidente.
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