A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi Hoffmann, criticou os deputados que assinaram o pedido de urgência ao projeto de anistia para os envolvidos nos atos do 8 de janeiro.
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Ela qualificou esses parlamentares como “desavisados” e alertou para o “risco de uma crise institucional”, caso a proposta avance na Câmara dos Deputados.
Gleisi ressaltou que, embora o Congresso possa discutir o rigor e a redução de penas para os civis que participaram dos atos, uma anistia geral beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns aliados, não as pessoas comuns. Ela destacou que seria uma afronta ao Judiciário, por uma anistia prévia, antes mesmo do julgamento dos réus por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao exigir “anistia ampla, geral e irrestrita”, o réu Jair Bolsonaro deixou cair a máscara. É para deixá-lo impune, junto com os comandantes do golpe, que se prestam o projeto da anistia e seu substitutivo. É o que está escrito no texto e ele nao consegue mais esconder. Nunca foi…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 11, 2025
“Nunca foi para o pipoqueiro, o sorveteiro nem a moça do batom”, escreveu a ministra, em publicação no X. “É para afrontar o Judiciário que Bolsonaro quer anistia prévia, antes de ser julgado. E quer que os deputados se prestem a esse papel, jogando o país numa crise institucional.”
Gleisi critica proposta de anistia

As declarações ocorreram depois de uma reunião no Palácio da Alvorada, onde houve a discussão sobre a nomeação de Pedro Lucas Fernandes como ministro das Comunicações. Por orientação de Lula, o antigo chefe da pasta, Juscelino Filho, pediu demissão, depois de a PGR o denunciar por suposto desvio de emendas parlamentares.
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A ministra também observou que alguns parlamentares estão interessados em mediar as penas dos envolvidos nos atos. Isso reflete preocupações com a justiça dos julgamentos. Ela enfatizou que a proposta, se aprovada, colocaria os deputados em uma posição delicada perante a sociedade.
Já nesta sexta-feira, 11, ela complementou seu argumento. Também em publicação no X, afirmou que “eventuais revisões de pena aos réus do 8 de janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, que conduz os processos”.
Quero deixar claro que eventuais revisões de pena aos réus do 8 de Janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, que conduz os processos. Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato,…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 11, 2025
“Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato, mas sem interferir na autonomia do Poder Judiciário”, escreveu. “Reafirmo minha crítica ao PL da Anistia e seu substitutivo, que visam a impunidade de Bolsonaro e dos comandantes do golpe.”
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