Numa ilha selvagem um grupo de lontras encontra uma caixa, que caiu de algum navio cargueiro durante um tufão. Na caixa está Roz (com a voz de Lupita Nyong’o), uma robô programada para realizar serviços domésticos. (Leia mais sobre robôs domésticos na revista Oeste).
Roz está totalmente deslocada no meio da natureza, mas sua programação exige que ela sirva a alguém. Ela descobre então o ovo de um ganso. Quando o ganso Brightbill (Kit Connor) nasce, pensa que Roz é sua mãe. A raposa Fink (Pedro Pascal), cínica e objetiva, quer devorar Brightbill, mas acaba se envolvendo emocionalmente com o filhotinho. E assim é formada uma família diferente – um ganso, uma raposa e um robô.

O Robô Selvagem (“Wild Robot”, 2024), dirigido por Chris Sanders, tem todo o jeito de uma fábula tradicional, com um personagem contemporâneo na figura da altruísta Roz. A animação foi baseada num livro de Peter Brown, que criou uma história envolvente e fantasiosa, que qualquer criança pode assistir. Existem alguns inevitáveis toques woke, como as sutis referências às “mudanças climáticas”, mas esses detalhes passam batido. O mais interessante é a situação de Roz, programada para ajudar e jogada num ambiente no qual aparentemente ninguém precisa de sua ajuda.
O filme trata de outros assuntos – amizade, solidariedade, união em busca de um objetivo comum. E fala também de uma questão que será cada vez mais presente em nossas vidas: robôs possuem sentimentos? Além dessas reflexões, O Robô Selvagem nos oferece uma belíssima direção de arte, que às vezes parece uma atualização tecnológica do clássico Bambi (1942), da Disney – a natureza exuberante sintetizada em pixels. Disponível pela Amazon Prime Video.
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