O Parlamento do País de Gales discute uma proposta para criminalizar políticos que façam declarações falsas com a intenção de conquistar votos. Caso fique comprovada a mentira, o autor poderá ser obrigado a deixar o cargo. A medida visa a recuperar a confiança pública na política, esperam os autores.
O governo galês, liderado pelo Partido Trabalhista, de esquerda, planeja apresentar até 2026 uma legislação considerada “pioneira global” para tornar ilegal a mentira em campanhas e mandatos políticos. O objetivo é colocar o País de Gales na linha de frente do combate à fraude política.
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O Poder Executivo do país pediu apoio ao Comitê de Padrões de Conduta do Parlamento galês para estudar a implementação da proposta. O grupo de estudos Compassion in Politics também colabora com dados para embasar o texto final.
Legislação pode entrar em vigor antes das eleições de 2026
De acordo com a proposta, políticos eleitos e candidatos poderão ser processados criminalmente caso “enganem o público ou prestem uma declaração falsa para ganhar votos”, afirma o grupo de estudos.
A implementação das novas regras está prevista para antes das eleições do Parlamento, marcadas para 7 de maio de 2026, afirmou Mick Antoniw, conselheiro-geral do governo. “O governo galês apresentará a legislação antes de 2026 para a desqualificação de membros e candidatos considerados culpados de fraude deliberada por meio de um processo judicial independente”, declarou ao jornal The Guardian.
Já a deputada trabalhista e presidente do Comitê de Padrões de Conduta, Hannah Blythyn, defendeu regras mais rígidas em um cenário de desconfiança nas instituições. “As pessoas devem poder confiar em quem as representa”, afirmou. “O nosso relatório apresenta recomendações para aprimorar radicalmente as nossas regras.”
O diretor do Instituto de Investigação Constitucional e Democrática, Sam Fowles, também se posicionou. “Temos regulamentações profissionais que exigem que outras profissões atuem com honestidade”, disse ao jornal. “Precisamos exigir dos políticos os mesmos padrões profissionais que esperamos dos outros.”
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A codiretora do Compassion in Politics, Jennifer Nadel, argumenta que o País de Gales está “firmemente na vanguarda da luta contra a fraude política”. No entanto, apontou que o relatório não exige punições criminais para membros já eleitos, sugerindo apenas o reforço de mecanismos disciplinares. “Gostaríamos de vê-lo ir mais longe nesse sentido”, disse.
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