Desmatamento na Amazônia sobe 18% a poucos meses da COP30

As áreas desmatadas da Amazônia Legal tiveram um aumento de 18% nos primeiros oito meses do “calendário do desmatamento”, que compreendem o período entre agosto e julho. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) e foram divulgados nesta quinta-feira, 24.

O “calendário do desmatamento” é definido em função da estação chuvosa do bioma amazônico, que vai de novembro a maio. O desmatamento tende a aumentar na estação seca — de junho a outubro —, quando é mais fácil desmatar, queimar e extrair madeira.

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Conforme dados do monitoramento por imagens de satélite do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a área desmatada passou de 1,94 mil km² entre agosto de 2023 e março de 2024 para 2,29 mil km² entre agosto de 2024 e março de 2025. Uma área maior do que Palmas, a capital do Tocantins.

Desmatamento na Amazônia sobe 18% a poucos meses da COP-30
Foto: Reprodução/SAD

Como lembra uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, esse crescimento da área desmatada veio no mesmo ano em que o Brasil sediará a COP30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. O evento vai acontecer em novembro, em Belém (PA). 

O governo Lula trata o combate ao desmatamento como uma de suas principais bandeiras ambientais e mira o compromisso de zerá-lo até 2030 para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Segundo a pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon, mesmo que os indicadores estejam abaixo dos picos registrados na série histórica, o crescimento da área desmatada em 2025 é um sinal de alerta. 

“Estamos em uma janela de tempo que pode permitir a reversão desse cenário, onde as chuvas são mais frequentes na região”, afirma. “Logo, os distúrbios na floresta não são tão intensos quando comparamos com os meses mais secos, como de junho a outubro. Por isso, é preciso agir com urgência”

A conferência da ONU sobre o clima está marcada para novembro, em Belém (PA); enquanto isso, a degradação florestal cresceu 329% no ano
Foto: Reprodução/SAD

O SAD, ferramenta criada pelo Imazon, monitora mensalmente o desmatamento e a degradação na região amazônica a partir de imagens dos satélites Landsat 7 e 8, da Nasa, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Europeia (ESA).

Degradação na Amazônia cresceu 329% na comparação anual

A degradação florestal, causada por queimadas e extração madeireira, atingiu 206 km² em março, uma redução de 90% em relação ao mesmo mês do ano passado, que havia registrado o maior índice da série histórica para o período, de 2,12 mil km². 

No entanto, considerando o calendário de desmatamento acumulado de agosto a março, houve um aumento de 329% na degradação florestal, que passou de 7,92 mil km² de agosto de 2023 a março de 2024 para 34,01 mil km² de agosto de 2024 a março de 2025. 

Desmatamento na Amazônia sobe 18% a poucos meses da COP-30
Foto: Reprodução/SAD

Enquanto o desmatamento se refere à remoção completa da vegetação, a degradação florestal é causada por queimadas e extração de madeira, o que afeta a biodiversidade, a produção de água e o estoque de carbono, mesmo quando a floresta não é totalmente destruída. Esse processo também aumenta o risco de novos incêndios.

O Imazon atribui essa alta na degradação às queimadas de grandes proporções que atingiram a Floresta Amazônica entre setembro e outubro passados. Ao longo de 2024, a Amazônia teve a maior taxa de degradação em 15 anos.

Entre outubro de 2024 e março de 2025, a área degradada na Floresta Amazônica se estabilizou, mas se mantém em um patamar historicamente alto.

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