Em vídeo publicado nesta quinta-feira, 1, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou a falta de ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Entre 2019 e 2024, o esquema criminoso descontou cerca de R$ 6,3 bilhões dos benefícios de aposentados e pensionistas. No vídeo, Zema declara que está em luto por essas pessoas.
“Hoje, era para o Brasil estar celebrando o dia do trabalhador”, diz o governador. “Mas, na verdade, está de luto, porque quem trabalhou a vida inteira foi roubado. Foram seis bilhões de reais da sua aposentadoria. Para comprar joia, para comprar obra de arte, para comprar carrão tipo Porsche, Ferrari.”
Também é indagado o motivo de Carlos Lupi, ministro da Previdência, permanecer no cargo mesmo depois dos escândalos. Em entrevista, Lupi admitiu que sabia do esquema criminoso.
Para Zema, a inércia de Lula diante da fraude no INSS pode significar “medo” das investigações da Polícia Federal alcançarem seus aliados. “Eu não me calo. Vamos acabar com essa quadrilha”, completa o político.
Lula alega que governo desmantelou fraude no INSS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento na quarta-feira 30, que seu governo desarticulou o esquema de fraudes no INSS. A declaração foi feita em rede nacional de rádio e TV, em alusão ao Dia do Trabalho.
Segundo Lula, a operação foi conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF). “Na última semana, o nosso governo desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, que vinha operando desde 2019”, disse.
O presidente também defendeu que os beneficiários sejam ressarcidos e determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) processe as associações responsáveis pela fraude.
Gleisi defende Carlos Lupi
Enquanto isso, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que não há razões para afastar Carlos Lupi. Em entrevista à GloboNews, ela disse que o inquérito da PF não aponta indícios de envolvimento do ministro.
“Não há nada contra Lupi nas 1.900 páginas do inquérito”, declarou. “O presidente age com cautela e respeito à presunção de inocência. Se não há indício de participação, não há motivo para afastá-lo.”
Apesar da defesa, documentos do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) mostram que Lupi foi alertado sobre os descontos indevidos em junho de 2023. Mesmo assim, só adotou medidas concretas quase 10 meses depois.
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