Um levantamento da Polícia Federal (PF) sobre a fraude no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) revela que dirigentes de associações de fachada atuavam como laranjas para empresários que lucravam com os descontos. Segundo a investigação, sete entidades movimentaram quase R$ 2 bilhões.
A Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), uma das principais citadas no caso, movimentou quase R$ 170 milhões desde 2021.
Naquele ano, a entidade concedeu uma procuração com plenos poderes ao advogado Roberto Marinho Luiz da Rocha, que está envolvido no fluxo financeiro da associação. A AAPB também aparece como responsável por realizar pagamentos a Cecília Mota. Conforme a PF, ela também é suspeita de intermediar repasses a servidores do INSS.
Outra entidade com práticas semelhantes é a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen), que movimentou mais de R$ 230 milhões. A organização chegou a ser descredenciada em 2019 pelo INSS, mas teve o contrato restabelecido por André Fidelis, ex-diretor do órgão.
O “Careca do INSS”
Fidelis está sob investigação por suspeita de recebimento de propina e ligações com Camilo Antunes, lobista conhecido como “Careca do INSS”. Este último atua como articulador em várias associações.

A Aapen, liderada por Maria Eudenes dos Santos, ex-beneficiária de programas sociais, também está na mira das investigações. Ela concedeu plenos poderes a Tiago Alves de Araújo, que, assim como outros envolvidos, viajou frequentemente a Portugal com Cecília.
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Segundo o relatório da PF, Araújo recebeu R$ 120 mil de um escritório vinculado a Cecília, o que aumenta as suspeitas sobre o esquema. As investigações prosseguem com o objetivo de identificar todos os envolvidos e recuperar os valores desviados.
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