‘Atordoado’ e ‘incapaz’: Estadão critica inação de Lula em escândalo do INSS

Em editorial publicado nesta quarta-feira, 7, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma crítica a resposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à “operação Sem Desconto”, que revelou um esquema de descontos indevidos nos benefícios de aposentados do INSS.

Segundo o texto, “o governo ainda parece atordoado e incapaz de reagir à altura do escândalo”, especialmente por não ter demitido imediatamente o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, cuja permanência no cargo era “insustentável desde o primeiro dia da crise”.

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A crítica se estende à escolha de Wolney Queiroz, braço direito de Lupi, para comandar a pasta, apesar de seu envolvimento em medidas que facilitaram o esquema. O editorial lembra que, como deputado, Queiroz foi coautor de uma emenda que “adiou a necessidade de revalidar anualmente os débitos em folha de pagamento”, o que abriu brecha para fraudes.

O texto afirma que não se trata apenas de responsabilidade individual: “culpar apenas Lupi ou Queiroz pelo problema seria ingenuidade”. A aprovação das medidas pelo Congresso evidencia “a existência de um acordo entre os partidos” para facilitar a arrecadação de entidades às custas dos aposentados.

Além disso, o editorial destaca que Lupi foi alertado em junho de 2023 sobre o aumento das denúncias, mas “manobrou para que o assunto não fosse debatido até abril do ano seguinte”. Queiroz, presente nas reuniões, também “foi, no mínimo, tão omisso quanto Lupi”.

A permanência dos envolvidos, segundo o texto, mostra que Lula “continua a reboque dos acontecimentos” e que o governo “traz a crise para dentro do Palácio do Planalto”. O editorial conclui que a única reação aceitável seria a demissão de toda a cúpula da Previdência no dia em que a operação foi deflagrada, 23 de abril.

Governo Lula deve ‘respostas’ aos aposentados, diz jornal

Para o jornal, o governo “ainda deve muitas respostas aos aposentados e pensionistas”, e suspender os descontos ou prometer devolução não é suficiente. 

“É preciso explicar quando e se o pagamento virá em uma ou mais parcelas, até mesmo para evitar que estelionatários tentem arrancar mais recursos de um público naturalmente exposto a golpes por meio de anúncios falsos nas redes sociais”, disse o Estadão.

Segundo o editorial, Lula age conforme interesses políticos, especialmente “com os companheiros sindicalistas e com a manutenção do apoio do PDT”, enquanto os aposentados prejudicados só recebem atenção “na exata medida de suas necessidades eleitorais, e nem uma gota de suor a mais”.

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