A Índia e o Paquistão declararam cessar-fogo imediato, neste sábado, 10, depois de uma intervenção do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ambos os países confirmaram a trégua poucas horas depois de uma publicação do republicano na plataforma Truth Social.
“Depois de uma longa noite de mediação por parte dos Estados Unidos, estou feliz em anunciar que a Índia e o Paquistão concordaram em um cessar-fogo total e imediato”, escreveu Trump. “Parabéns aos países por usarem senso comum e grande inteligência.”
O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, confirmou o cessar-fogo por meio do X. Ele destacou o compromisso do país com a paz, sem abrir mão da soberania nacional.
Pouco antes, o Exército do Paquistão havia informado que autoridades civis e militares se reuniriam para discutir o programa nuclear do país. O Ministério da Defesa negou a informação. A Índia também confirmou contatos entre comandos militares e afirmou que uma reunião bilateral deve ocorrer na próxima segunda-feira, 12.
Antes do cessar-fogo, ameaça nuclear
A trégua ocorre em meio à escalada mais grave entre as duas potências desde 2019. No dia 7 de maio, a Índia bombardeou instalações no Paquistão, sob a justificativa de atacar “infraestruturas terroristas”. Foi uma resposta a um ataque ocorrido em abril, na Caxemira, sob administração indiana, que matou mais de 20 turistas.
A crise começou em 22 de abril, quando 26 pessoas foram mortas em outro atentado na Caxemira. Nova Delhi atribuiu a autoria a grupos apoiados por Islamabad. A retaliação indiana foi seguida por bombardeios paquistaneses ao longo da Linha de Controle.
A tensão preocupa a comunidade internacional. Índia e Paquistão têm, juntos, mais de 340 ogivas nucleares, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri).
A disputa entre a Índia e o Paquistão
A Caxemira é uma região de maioria muçulmana, disputada desde 1947, quando o território indiano acabou dividido entre a Índia e o Paquistão. Isso ocorreu depois da independência do Reino Unido.
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De lá para cá, os dois países travaram três guerras e incontáveis confrontos armados. Ambos reivindicam a região por completo, mas cada um controla uma parte. A área vive sob constante tensão, com insurgências separatistas e acusações mútuas de violações de direitos humanos.
Lula liga para Modi
Na quinta-feira 8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Na ocasião, o petista manifestou solidariedade às vítimas do ataque na Caxemira. A nota oficial não menciona os bombardeios realizados pela Índia em território paquistanês.
O comunicado do Planalto destaca a importância do “Sul Global” na defesa da “democracia” e de um comércio internacional baseado em regras. Lula também convidou Modi para uma visita oficial ao Brasil, em julho, depois da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro.
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