Lula age com ‘antiamericanismo de DCE’, diz Gazeta do Povo

Em editorial publicado nesta sexta-feira, 16, o jornal Gazeta do Povo criticou duramente a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua visita recente à China. Segundo o texto, buscar investimentos e estreitar laços com parceiros comerciais é algo natural para qualquer presidente, como fez Jair Bolsonaro ao visitar o país asiático durante seu mandato.

No entanto, o editorial afirma que Lula abandonou o tradicional “pragmatismo responsável” da diplomacia brasileira para adotar uma postura ideológica e “antiamericanismo de DCE”, o que compromete relações com os Estados Unidos, um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

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O governo brasileiro anunciou que a viagem resultou em US$ 27 bilhões em investimentos chineses, em áreas como tecnologia, comunicação, saúde e energias limpas. Além disso, a China teria concordado em ampliar a abertura para produtos agropecuários brasileiros. Já o projeto da ferrovia ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, considerado estratégico, teve pouco avanço.

O problema, segundo o editorial, está nas declarações ideológicas de Lula e no alinhamento com regimes autoritários. O presidente aproveitou a viagem para atacar os EUA e Donald Trump, ao invés de negociar pragmaticamente questões como as tarifas impostas pelos norte-americanos a produtos brasileiros.

“Não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite”, disse Lula. “As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo de forma unilateral jogam por terra a grande ideia do livre comércio.”

Para o Gazeta do Povo, essas declarações são incoerentes, já que o Brasil, historicamente, adota uma política bastante protecionista e impõe altas alíquotas de importação. Mais preocupante, segundo o texto, é a aproximação com regimes autoritários como China e Rússia por motivos ideológicos, e não comerciais.

[Lula] “elogiou o carniceiro Mao Tse-tung”, líder responsável por políticas que mataram milhões de chineses, escreveu o editorial, e ainda revelou ter pedido: “ao companheiro Xi Jinping se era possível enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para discutir a questão digital.”

Para o jornal, isso demonstra que Lula deseja importar o modelo chinês de censura e controle social, algo que ameaça diretamente a liberdade dos brasileiros. “Lula quer contar com a expertise da nação que tem o maior mecanismo de censura e controle social do mundo para tentar repetir a dose no Brasil.”

O editorial também relembra o vexame diplomático de Lula ao se reunir com ditadores em Moscou durante as celebrações do fim da Segunda Guerra Mundial, enquanto os países democráticos comemoravam em outro lugar.

“Os laços ideológicos cada vez mais estreitos com um regime totalitário, que não hesita em controlar todos os aspectos da vida de seus cidadãos, enquanto as democracias ocidentais são desprezadas – independentemente do que se pense a respeito dos mandatários de plantão nesses países –, apontam para um futuro no qual o Brasil, outrora respeitado por sua postura no cenário internacional, se tornará um mero subalterno da China e de seus colegas valentões”, diz o jornal.

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