O papa, a família e a GloboNews

Na GloboNews, o pessoal anda revoltado com a última declaração do papa Leão XIV, segundo quem “é responsabilidade dos líderes de governos trabalhar pra construir sociedades harmoniosas e pacíficas através do investimento nas famílias, fundadas na união estável de um homem com uma mulher”. A militante woke Flávia Oliveira, por exemplo, disse estar preocupada com a fala do pontífice, pois ela poderia fornecer argumentos para a “supressão de direitos”.

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Ou seja, Flávia ficou preocupada — e aparentemente perplexa — pelo fato de o papa ter cumprido o seu papel e defendido o que a Igreja defende há 2 mil anos. Como representante máximo da Igreja Católica, o papa é o nome dos valores cristãos e, dentre eles, especialmente da família tal como concebida na Bíblia. Isto é, fundada sobre o matrimônio de um homem e uma mulher com vistas à reprodução da espécie.

Em discurso de 2012, por exemplo, disse o falecido Bento XVI:

“A família está fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher. Não se trata duma simples convenção social, mas antes da célula fundamental de toda a sociedade. Por conseguinte, as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade.”

Flávia Oliveira, da GloboNews, não realiza o procedimento moral número um de qualquer pessoa madura, que é se questionar sobre as eventuais consequências da universalização das bandeiras que defende. O que teria acontecido se a fórmula expressa pelos papas não tivesse se generalizado historicamente? A espécie humana já teria sido extinta há tempos.

O pronunciamento do papa que irritou comentarista da GloboNews

O papa Leão XIV, durante celebração na Capela Sistina | Foto: Reprodução/Redes sociais
O papa Leão XIV, durante celebração na Capela Sistina | Foto: Reprodução/Redes sociais

Em seu pronunciamento, o papa Leão XIV apenas insistiu numa obviedade: que a união entre um homem e uma mulher com vistas à constituição de uma família gera humanidade e que, portanto, ela transcende o simples desejo sexual e a esfera do amor privado.

É esta característica da união heterossexual — o fato de poder gerar uma nova vida — que está na base do conceito judaico-cristão de família.

É claro que Flávia Oliveira provavelmente dirá que isso é anacrônico. Mas o adjetivo não se aplica. O papa representa uma instituição que não lida com as coisas do tempo histórico, mas com valores eternos. À Igreja pouco importa ser anacrônica ou contemporânea. Ela não responde pelo tempo (cronos), mas pela eternidade. Ela é, de fato, supra-crônica. A responsabilidade da Igreja é salvar almas e enviá-las à eternidade junto a Deus. A administração do tempo é reservada aos governos e aos poderes “deste mundo”. A Igreja não é uma confecção de roupas; ela não tem que seguir as últimas tendências da moda.

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