O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse nesta semana que a justiça local irá prender “imediatamente” Edmundo González Urrutia, caso ele retorne ao país. González foi candidato de oposição a Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho.
Em entrevista à agência de notícias France-Presse, Saab afirmou que a resposta do governo aos protestos depois das eleições evitou principalmente uma guerra civil. González está exilado na Espanha desde setembro.
González: “Vamos restaurar a democracia”
Na Europa, o opositor continua reivindicando a vitória nas eleições venezuelanas. Do mesmo modo, afirma que voltará ao seu país para tomar posse como presidente em 10 de janeiro. “Voltarei à Venezuela o mais rápido possível, quando restaurarmos a democracia em nosso país. Vou tomar posse como presidente eleito no dia 10 de janeiro”. A fala ocorreu em evento empresarial na Espanha em 4 de outubro.
Segundo Saab, se Edmundo González voltar à Venezuela, acabará detido. “Vamos prendê-lo assim que chegar”. A crise política venezuelana, marcada pelo regime ditatorial de Maduro, se agravou depois das eleições de julho. Houve troca de acusações sobre fraude e falta de transparência.
Diversos observadores internacionais e vários países contestam o resultado que, na teoria, reelegeu Maduro. Entre as nações que questionam a vitória do ditador estão Brasil, Estados Unidos e Argentina.
González Urrutia e a líder opositora María Corina Machado acusam o governo de manipulação eleitoral. Inclusive, passados mais de quatro meses depois da votação, até hoje cobra-se da justiça eleitoral venezuelana a apresentação das atas de votação.
Justiça venezuelana: perseguição a opositores
Assim como no Brasil, onde a justiça eleitoral praticamente proibiu qualquer manifestação que colocasse em dúvida a transparência das votações que elegeram Lula da Silva em 2022, na Venezuela, a Procuradoria-Geral iniciou investigações contra várias pessoas. Assim, as autoridades esperam intimidar opositores, como González e Maria Corina, atribuindo a eles supostos crimes relacionados à contestação dos resultados eleitorais.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão sob ordens de Maduro, González perdeu as eleições presidenciais para o ditador em julho. A oposição, contudo, diz que o processo de escolha sofreu fraude. Os líderes da oposição venezuelana afirmam ter vencido a disputa no país com 67% dos votos.
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