O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em uma entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou as contas públicas com um déficit de 2,6% ao fim de seu mandato.
“[Bolsonaro] Estava com a máquina na mão”, disse Lula, em entrevista realizada na quinta-feira 6. “[…] Deixou um déficit de 2,6% para mim. Deixou um déficit. E o nosso déficit agora foi de 0,09%.”
No entanto, dados do governo federal mostram que o Brasil registrou um superávit de R$ 54 bilhões em 2022, último ano do governo Bolsonaro. O valor é equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Antes da gestão anterior, o país registrou déficit por oito anos seguidos.
Este superavit, sob a gestão de Bolsonaro, contrasta com os déficits dos dois primeiros anos do terceiro governo do petista, que alcançaram 2,1% em 2023 e 0,4% em 2024.
A divergência nos números levantou dúvidas sobre a precisão da declaração de Lula. Recentemente, sua equipe econômica apresentou uma nova metodologia para cálculo das contas públicas, transformando o superavit de 2022 em um déficit.
Esta alteração, contudo, não modificou a série histórica do resultado primário convencional divulgada pelo Tesouro Nacional.
Os dados estão contra Lula
De acordo com a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o déficit estrutural de 2022 foi de 0,6%, não 2,6%, como mencionado por Lula.
Ainda não está claro se o presidente se referia à nova metodologia. Até o momento, o método não tem sido amplamente aceita pelos analistas financeiros e econômicos, que continuam a basear suas análises nos dados históricos convencionais.
Além disso, o Tesouro Nacional informou que o déficit acumulado no governo Bolsonaro foi de 2,4%. O petista, no entanto, não mencionou que o governo atual acumulou déficit de 1,19% em dois anos.
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