Em editorial publicado nesta sexta-feira, 28, o jornal Folha de S.Paulo criticou a decisão do Ministério da Educação (MEC) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de não divulgar dados referentes à escolarização das crianças brasileiras. Na opinião do tabloide, o ato é “indefensável” e está sujeito a ser visto como decorrência de “motivação política”.
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“Um governo que não publica dados produzidos por seus órgãos de pesquisa não só infringe o princípio da transparência, que deve reger a administração pública, como cria desconfiança na sociedade”, escreveu a Folha. “Assim, ela passa a cogitar motivação política para tal omissão.”
Conforme Oeste noticiou, o governo Lula decidiu não divulgar os resultados da alfabetização de crianças no Brasil. Mesmo depois de aplicar as provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em 2023 com recursos públicos, o MEC determinou o bloqueio dos dados do 2º ano do ensino fundamental.
A decisão do MEC
O presidente do Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep), Manuel Palácios, confirmou por meio de ofício que haverá a liberação apenas dos microdados do 5º e 9º anos e do 3º ano do ensino médio. As taxas compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A decisão ignora compromissos anteriores do MEC, que havia prometido tornar públicos todos os resultados da última edição da avaliação.
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Segundo a Folha de S.Paulo, há indícios de que a ocultação tem relação com discrepâncias de taxas. Seria entre as notas do Saeb e de outro recurso de avaliação usado pelo governo federal.
“Resta claro que o MEC precisa botar ordem na casa e resolver problemas que indicam gestão de dados precária”, diz o jornal. “Não há avanço em educação sem diagnóstico preciso de aprendizagem que esteja aberto ao escrutínio da opinião pública e de especialistas. O governo Lula faria melhor se parasse de brigar com os números e começasse a atuar na prática para modificá-los.”
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