A imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Praça Vermelha, em Moscou, ladeado por ditadores e assistindo ao desfile de tanques e mísseis, não passou despercebida. Longe de representar um gesto de diplomacia, a visita do petista à cerimônia do “Dia da Vitória” da Rússia — usada por Vladimir Putin como vitrine de propaganda bélica e autocrática — foi, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, “um vexame moral e um fiasco geopolítico”.
Em editorial publicado neste sábado, 10, o jornal critica a escolha do presidente brasileiro de participar das celebrações que exaltam a máquina de guerra do Kremlin em plena invasão da Ucrânia. O texto afirma que Lula se comportou como “um ocidental deslumbrado e voluntarioso — e descartável após servir às ambições do império russo”.
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Para o Estadão, o episódio marca um ponto baixo na política externa brasileira. “Lula foi o exato oposto” do que poderia ser um estadista. Em vez de celebrar a vitória da liberdade sobre o totalitarismo nazista, o petista acabou aplaudindo um regime que “encarna o que há de mais próximo ao fascismo hoje”: uma ditadura que persegue minorias, silencia opositores, frauda eleições e destrói democracias vizinhas sob o pretexto de “desnazificação”.
A crítica também remete ao passado do próprio Lula. O jornal lembra que a postura do presidente repete padrões dos governos petistas anteriores, em que “a política externa era pautada não por interesses de Estado, mas por taras ideológicas”. Cita-se como exemplo a frustrada mediação com o Irã em 2010, e a reiterada defesa de regimes autoritários como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua.
O que significa a visita de Lula a Putin
Mais grave ainda, segundo o jornal, é o dano simbólico da visita. Ao se posicionar ao lado de Putin em um evento marcado por armamento militar e retórica imperialista, Lula “conspurcou a memória dos combatentes da Força Expedicionária Brasileira” que deram a vida lutando ao lado dos Aliados na Segunda Guerra. E, num gesto de cinismo diplomático, seu assessor Celso Amorim tentou vender a “narrativa” de que Lula seria um “mensageiro da paz”. O Estadão não sentencia: “Foi apenas um mensageiro da torpeza”.
Para o jornal, a consequência prática da visita é clara: o Brasil se afasta das democracias e se alinha ao “novo eixo de caos”, composto de autocracias que desprezam tratados, normas internacionais e o próprio direito dos povos à liberdade. “O Brasil, sem ganhar rigorosamente nada em troca, arruinou seus princípios republicanos e democráticos, bajulando criminosos de guerra e adulando ditadores por puro capricho do demiurgo petista”.
A participação de Lula em Moscou ficará registrada como um divisor de águas — não como gesto de estadismo, mas como o “dia da infâmia da política externa brasileira”.
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