Navegando pelas redes sociais, muitas vezes somos bombardeados por vídeos com ex-jogadores ou comentaristas elegendo os seus top-5 da história da bola.
Pode ser top-5 de melhores times, de melhores seleções, de melhores goleiros, melhores meias, melhores zagueiros, melhores centroavantes…
E, sabem, fico muito triste quando vejo que alguém responde sobre os melhores jogadores brasileiros de todos os tempos e esquece de Manoel Francisco dos Santos, o nosso lendário Garrincha.
Claro que a concorrência no nosso futebol é enorme.
Afinal, o nosso momento é ruim, mas não há no mundo um país com tantos craques revelados para o esporte bretão como o Brasil.
Mas ainda assim, quem entende mesmo da história da bola, só coloca Garrincha atrás de um certo Édson de Três Corações-MG, que parece que jogou no Santos nos anos 1950, 1960 e 1970 (risos).
Bem, mas e quando tal esquecimento parte da… CBF?
Aí, de verdade, é imperdoável.
Deserspeito com Garrincha
Na última quarta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol publicou em suas redes sociais um vídeo exaltando os grandes camisas 7 da história da nossa seleção.
Lembraram de Adriano Imperador, David Neres, Neymar (ele já jogou com a 7), Bebeto, Paquetá, Vini Júnior, Hulk, Martinelli, Richarlison, Elano, Jairzinho, Douglas Costa… e esqueceram de Garrincha!
Imperdoável é pouco!
Quem bolou tal vídeo não merecia demissão, pois, em um país em que o povo tem que fazer das tripas coração para colocar comida na mesa, eu não desejo o olho da rua para ninguém.
Mas o “responsável” deveria ser obrigado a ler com toda a atenção do mundo “Estrela Solitária: Um Brasileiro Chamado Garrincha”, de Ruy Castro, e depois ainda fazer uma resenha da obra que retrata toda a genialidade de um dos cinco melhores jogadores de futebol da história!
Sim, cinco melhores!
Afinal de contas, sem nem precisar falar do que fez no Botafogo (e que foi igualmente espantoso), basta dizer que Garrincha simplesmente foi responsável em 35% da conquista da Copa de 1958 (o que não é pouco, já que a seleção estava recheada de craques) e em 85% da vitoriosa campanha na Copa de 1962, já que praticamente jogou sozinho, pois Pelé se machucou ainda na fase de grupos.
Portanto, moçada, respeitemos a história da bola
Respeitemos a história de Garrincha!
Sempre que pensarmos em listas dos melhores jogadores da história, não nos esqueçamos nunca do talento nato de um brasileiro que assombrou o mundo com seus dribles jamais igualados.
E quando forem fazer vídeos sobre a mágica camisa 7 da seleção, não forcem a barra com alguns irrelevantes nomes que vestiram este número protocolarmente.
Façam apenas um compilado com os geniais lances de Garrincha que a publicação já estará mais do que completa.
Ave, Mané!
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